sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Marcas de Amor

Oi queridos, que a Paz de Cristo esteja presente em seus corações. Tenho recebido lindas reflexões! Ontem recebi uma da Raquel do Setor Juventude e gostaria de compartilhar com vocês.

Falando em compartilhar, vocês leram o testemunho da Keila? Belissimo, vale a pena conferir! Acessem a página de testemunhos e confiram!

Que vocês tenham uma sexta feira abençoada, repleta de graças!


Beijo grande, Aninha.

Um menino tinha uma cicatriz no rosto, as pessoas de seu colégio não falavam com ele e nem sentavam ao seu lado, na realidade quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa devido à cicatriz ser muito feia.


Então a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da cicatriz não freqüentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria do colégio.

A diretoria ouviu e chegou à seguinte conclusão: Que não poderia tirar o menino do colégio, e que conversaria com o menino e ele seria o ultimo a entrar em sala de aula, e o primeiro a sair, desta forma nenhum aluno via o rosto do menino, a não ser que olhassem para trás.

O professor achou magnífica a idéia da diretoria, sabia que os alunos não olhariam mais para trás. Levado ao conhecimento do menino da decisão eleprontamente aceitou a imposição do colégio, com uma condição:

Que ele compareceria na frente dos alunos em sala de aula, para dizer o por quê daquela CICATRIZ.

A turma concordou, e no dia o menino entrou em sala dirigiu-se a frente da sala de aula e começou a relatar:

- Sabe turma eu entendo vocês, na realidade esta cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri:

- Minha mãe era muito pobre e para ajudar na alimentação de casa minha mãe passava roupa para fora, eu tinha por volta de 7 a 8 anos de idade...A turma estava em silencio atenta a tudo .

O menino continuou: além de mim, haviam mais 3 irmãozinhos, um de 4 anos, outro de 2 anos e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida.
Silêncio total em sala.

Foi aí que não sei como, a nossa casa que era muito simples, feita de madeira começou a pegar fogo, minha mãe correu até o quarto em que estávamos pegou meu irmãozinho de 2 anos no colo, eu e meu outro irmão pelas mãos e nos levou para fora, havia muita fumaça, as paredes que eram de madeira, pegavam fogo e estava muito quente... Minha mãe colocou-mesentado no chão do lado de fora e disse-me para ficar com eles até ela voltar, pois minha mãe tinha que voltar para pegar minha irmãzinha que continuava lá dentro da casa em chama. Só que quando minha mãe tentou entrar na casa em chamas as pessoas que estavam ali, não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha, eu via minha mãe gritar:

"Minha filhinha está lá dentro!" Vi no rosto de minha mãe o desespero, o horror e ela gritava, mas aquelas pessoas não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha...
Foi aí que decidi. Peguei meu irmão de 2 anos que estava em meu colo e o coloquei no colo do meu irmãozinho de 4 anos e disse-lhe que não saísse dali até eu voltar. Saí de entre as pessoas, sem ser notado equando perceberam eu já tinha entrado na casa. Havia muita fumaça, estava muito quente, mas eu tinha que pegar minha irmãzinha. Eu sabia o quarto em que ela estava. Quando cheguei lá ela estava enrolada em um lençol e chorava muito... Neste momento vi caindo alguma coisa, então me joguei em cima dela para protegê-la, e aquela coisa quente encostou-se em meu rosto...

A turma estava quieta atenta ao menino e envergonhada, então o menino continuou: Vocês podem achar esta CICATRIZ feia, mas tem alguém lá em casa que acha linda e todo dia quando chego em casa, ela, a minha irmãzinha me beija porque sabe que é marca de AMOR.

Vários alunos choravam, sem saberem o que dizerem ou fazerem, mas o menino foi para o fundo da classe e imovelmente sentou-se.

Para você que leu esta história, queria dizer que o mundo está cheio de CICATRIZ. Não falo da CICATRIZ visível mas das cicatrizes que não se vêem,estamos sempre prontos a abrir cicatrizes nas pessoas, seja com palavrasou nossas ações.

Há aproximadamente 2000 anos JESUS CRISTO, adquiriu algumas CICATRIZES em suas mãos, seus pés e sua cabeça.

Essas cicatrizes eram nossas, mas Ele, pulou em cima da gente, protegeu-nos e ficou com todas as nossas CICATRIZES..

Essas também são marcas de AMOR.

Jesus te ama, não por quem você é, mas sim pelo que você é, e para Jesus você é a pessoa mais importante deste mundo.

Nunca se esqueça disso!
Autor Desconhecido

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro

Junto com a Quaresma começamos também a Campanha da Fraternidade. Este ano a CF é “ecumênica”, porque organizada pelas Igrejas que participam do movimento ecumênico. Aquelas igrejas que, em poucas palavras, apesar das divisões, continuam acreditando e sonhando na unidade, confiando sempre na oração de Jesus: “Pai, que sejam um, como nós somos um” (Jo. 17,11b).
Com o tema Economia e Vida, a CF nos convida a refletir sobre a influência da economia na nossa vida pessoal, na vida da sociedade e também sobre a nossa fé. É por isso que no lema entram Deus e o dinheiro: “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”. São palavras que encontramos no evangelho de Mateus, quando Jesus constata a impossibilidade de amar, de verdade e ao mesmo tempo, dois senhores.
Amor verdadeiro somente para um Senhor. Ainda que façamos de tudo para disfarçar ou enganar a nós mesmos e aos outros, de fato, cada um de nós escolhe algo que motive a sua existência. Sem uma razão de vida o nosso dia a dia se torna vazio e não adianta preenchê-lo com qualquer coisa. Antes ou depois percebemos a inutilidade do que estamos fazendo, ou a infelicidade de ter jogado fora tempo, energias e, sobretudo, amor. Isso porque nós todos nos empolgamos e vivemos com intensidade o que amamos, no sentido de acreditar que aquelas coisas, atividades ou projetos nos estejam fazendo felizes e ainda mais nos farão satisfeitos ao longo da nossa vida. Todos nós precisamos crescer, estudar, trabalhar, conviver com as pessoas, com algum objetivo na vida, melhor se este for escolhido com consciência e responsabilidade por nós mesmos. De outra forma nos deixaríamos levar pelas circunstâncias, pela opinião dos outros, pelas modas. Quem não sabe o que quer, não alcança meta alguma e quem se deixa levar pelos outros está entregando a coisa mais preciosa que tem: ser o responsável da condução do barco da sua própria vida.
Hoje vivemos numa sociedade que exalta de maneira extrema o dinheiro e todo o poder que se pensa que ele proporcione; seja como sonho de bem-estar coletivo, seja como lucro de empresas e indivíduos. Temos a impressão de que tudo se transformou em mercadoria e, portanto, tudo tenha um preço. Só falta, às vezes, saber negociar. Ora, o dinheiro e o relativo lucro e poder não tem regras e menos ainda coração, a não ser aquelas leis do mercado que são as leis do mais forte, e com certeza não são as da justiça e da equidade.
Todos nós assistimos impotentes às articulações, às vitórias e derrotas da economia mundial durante a “crise” desses anos. Só deu mesmo para ver de longe o que os governos, os bancos e as empresas internacionais decidiam no sobe-desce das bolsas de valores. A maioria de nós também não entende quase nada do que está acontecendo, a não ser que perceba a gravidade da situação enfrentando aumentos de preços das mercadorias, ou até o desemprego. O que nos é proposto como solução, em geral, é o maior consumo, porque assim continuaremos a produzir – e a vender - para ter os empregos assegurados. Tudo como se fosse uma roda sem fim, e os recursos do planeta terra, que na maioria não são renováveis, fossem ilimitados. O que podemos fazer nessa situação?

A CF 2010, como sempre, é uma proposta de reflexão à luz da experiência que vivemos e da Palavra de Deus no qual acreditamos. Quando percebemos algo de errado, de desumano e de excludente para a grande maioria das pessoas, precisamos parar para ouvir o grito dos que não participam da festa, precisamos aguçar a mente e o coração para enxergar novos rumos da nossa vida pessoal como também da vida em conjunto, na luta para uma nova humanidade mais solidária e fraterna.

Não cabem aqui longas respostas a tantas interrogações, mas que seja urgente tomar algumas decisões todos nós entendemos, para não continuar a viver anestesiados pelo consumo e pela propaganda alienante. Devemos colocar em primeiro lugar a vida e a dignidade humana de toda pessoa. Precisamos humanizar a vida de todos, pobres e ricos, numa vida mais simples e austera, cheia de fraternidade e de paz.

Nesta altura quem não quer servir a Deus, sirva, ao menos, ao seu irmão com os mesmos direitos e deveres. No entanto se optar por servir ao Deus da Vida e do Amor, com certeza saberá amar mais também aos irmãos. O que não pode fazer é continuar a servir ao falso senhor que é o dinheiro. Esse ídolo levará à sua morte, a do planeta e a da humanidade inteira. Vamos mudar o rumo da história, antes que seja tarde demais.

Dom Pedro José Conti


Fonte: CNBB

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Arte do Silêncio

Certa vez, um homem tanto falou que seu vizinho era ladrão, que o vizinho acabou sendo preso.

Algum tempo depois, descobriram que era inocente.

O rapaz foi solto e, após muito sofrimento e humilhação, processou o homem/vizinho.

No tribunal, o homem/vizinho disse ao juiz:

- Comentários não causam tanto mal...

E o juiz respondeu:

- Escreva os comentários que você fez sobre ele num papel. Depois pique o papel e jogue os pedaços pelo caminho de casa. Amanhã, volte para ouvir sentença!

O homem/vizinho obedeceu e voltou no dia seguinte, quando o juiz disse:

- Antes da sentença, terá que catar os pedaços de papel que espalhou ontem!

- Não posso fazer isso, meritíssimo! - respondeu o homem.

O vento deve tê-los espalhado por tudo quanto é lugar e já não sei onde estão!

Ao que o juiz respondeu:

- “Da mesma maneira, um simples comentário que pode destruir a honra de um homem, espalha-se a ponto de não podermos mais consertar o mal causado.”

“Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor que não se diga nada!"

“Sejamos senhores de nossa língua, para não sermos escravos de nossas palavras.”

Você culpa seus pais por tudo... isso é absurdo, são crianças como você!

Certamente você nunca parou para pensar nisso! Você está constantemente culpando seus pais, mas nunca é capaz de sentar e parar para ouvi-los. Entender sua vida, suas vitórias, suas decepções, suas batalhas. E certamente irá demorar muito para que isso aconteça, pois quando você chegou estava tudo pronto. Comida pronta, casa pronta, um berço, uma mamadeira, uma banheira, roupinhas, perfume, fraldas. Estava tudo pronto!
Você nunca parou para pensar em quantas noites sua mãe passou em claro ou em quantas fraldas sujas ela teve de trocar! E certamente irá demorar muito para pensar, pois até hoje você foi criado em uma redoma. Assim como Peter Pan, você vive na Terra do Nunca, onde NUNCA nada de mau lhe aconteceu.
Você já parou pra pensar em quantas milhões de exigências você faz aos seus pais? E já parou pra pensar em quantos milhões eles tem de se virar para suprir-las? Certamente você NUNCA pensou nisso.
Quando você se levantou, Deus havia preparado o seu dia e sua mãe seu café da manhã, com as suas bolachas favoritas, a mesma xícara de leite com chocolate e “com bastante açúcar!” do jeito que você gosta. A escola está paga pelo seu pai, assim como seu material, seu uniforme e o dinheiro do lanche. Quando você chegou em casa, seu almoço já estava carinhosamente preparado, mas você com sua afobação, foi logo dizendo: “Mãe, quero um tênis novo!”. Você acabou de ganhar um tênis na semana passada, de última geração, lindo! Mas não, esse tênis machuca o seu pé, então você novamente EXIGE outro dos seus pais. E eles com todo carinho tentam convencê-lo a desistir dessa idéia, mas você EXIGE, até que suas ORDENS são atendidas.
Ouvi uma vez em um retiro espiritual a seguinte pergunta: “Qual parte do frango você mais gosta?”, a reposta foi unânime: “A coxa do frango!”, pois bem, então o palestrante nos perguntou: “E quantas coxas tem um frango?”, nós respondemos mais que depressa e sem entender muito bem: “2 coxas”, então ele nos fez outra pergunta: “Quem aqui gosta do pé do frango ou do pescoço?”, raríssimas pessoas responderam que gostavam. Então, ele concluiu: “Pois é, seu pai e sua mãe deixam de comer as coxas do frango para deixarem para você e seus irmãos e provavelmente, eles também não gostavam do pé ou do pescoço, mas hoje por amor, comem e acham uma delicia”. Eu já estava completamente arrepiada e emocionada em pensar nisso. Nunca fui uma filha exigente, sempre fui muito compreensiva, mas nunca parei pra pensar sobre isso. Ele ainda finalizou: “Imagine agora você chegar em casa e de lá de dentro estar saindo o caixão do seu pai ou de sua mãe. O que você faria? Sairia gritando ‘não minha mãe, não!’ É meu querido é tarde, pois ela esta MORTA!”.
O que me faz escrever essa reflexão e compartilhar esse retiro com vocês, é justamente pelo fato de que meu pai não está mais aqui comigo e eu não me arrependo do tempo vivido ao lado dele, pois ele me ensinou como viver, como ser gente honesta, que trabalha, que conquista as coisas através do suor. E meu pai sempre me deu amor e eu sempre EXIGI APENAS AMOR dele! Sempre compreendi as adversidades e nunca o questionei ou quis mais do que ele poderia me dar. Esse ano completará 10 anos de sua morte e graças a Deus, sou uma pessoa muito mais madura e cheia do Espírito Santo. Compreendo até a morte de meu pai, que veio para meu crescimento espiritual. Minha mãe linda, ainda está aqui comigo e enquanto ela estiver quero EXIGIR APENAS AMOR e quero que ela exija sempre o mesmo de mim. Quero ser assim, para que os meus filhos EXIJAM isso de mim.
Então eu deixo esse convite a você que EXIGE coisas materiais e muitas vezes impossíveis para seus pais. EXIJA hoje o amor sem limites que eles possuem, exija o abraço, o beijo melado, o cafuné.... aproveite ao máximo, pois existem pessoas que nunca tiveram a chance de fazer essas exigências.
Ana Carla

Não é preciso medo!

Não é preciso medo quanto aos planos de Deus em nossa vida, pois Ele é amor, é misericórdia e nos capacita todos os dias. Por isso somos chamados, escolhidos por Ele e através Dele será derramado o amor e a graça.

Quantas vezes nos vemos diante de situações e temos medo, ficamos cheios de perguntas: “Mas por que Deus me escolheu para essa função? Eu tão pecador, tão errante, tão medíocre! Por que Deus?”.

Não devemos ter tantas questões em nossos corações, devemos a exemplo de Maria, dizer SIM a Deus. E isso só se é possível, quando vivemos uma vida de intimidade com Deus. Uma vida de oração, renúncia e entrega ao nosso Pai.

Permitir com que Ele habite em nosso coração, faça morada.
“Não rasgue somente as roupas, mas todo o coração”.
Experimente rasgar seu coração e deixar Deus habitar, deixar Deus falar em ti, deixar com que o Espírito Santo conduza seus atos, se entregue em total confiança e se abandone nesse amor. Não tenhas medo e não duvide, Deus é maior! As tentações virão, mas não serão mais fortes se você estiver “armado” da palavra de Deus, do Seu amor e da Sua misericórdia.


Estamos acostumados a sermos tentados pelo inimigo, pois quando Deus nos confia uma missão, nós com nossa pequenez dizemos: “Poxa, essa semana será de muita provação e tentação.” ou “De agora em diante, por conta disso que estou fazendo na Igreja, minha vida será de muita provação e tentação”. Vamos parar com esse tipo de pensamento já! O inimigo está gargalhando de nossa cara nesse momento, pois ele quer mesmo que você acredite que sua semana ou que sua vida será uma vida de pecados, tentações e provações. Isso pode até ser interpretado muitas vezes como justificativa pelos pecados cometidos: “Ah só fiz isso, porque essa semana houve muita provação”. DEUS é maior que tudo o que há amados!
“O nosso general é Cristo, seguimos os seus passos, nenhum inimigo nos resistirá!”
Nenhum inimigo pode com a força de Deus, nenhum inimigo pode com o Santo Terço, com a Bíblia, com o jejum e com a oração! Nenhum inimigo resistirá! Então não tenhamos medo de lutar em nome de Deus. Diga ao inimigo que o SEU DEUS é AMOR, é MAIOR que tudo o que ele tente fazer. Quando se encontrar em situação de provação, dobre seus joelhos, entregue ao Pai, apresente suas aflições, suas preocupações e peça força e discernimento.


Coragem! Deus lhe CAPACITA e TE AMA!

Ana Carla

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"Estou aqui, envia-me"

No dia 27 de Março, às 15h na Paróquia Jesus Adolescente, realizaremos uma agradável Tarde de Louvor e como encerramento teremos a Sta. Missa de Cura e Libertação.

Estamos localizados na Rua Arquiteto Heitor de Melo, nº 97 - Vl. Dalila

Maiores informações: juventudelivre@hotmail.com
Contato: Rodrigo (Guinão)

Homilia Diária: "Orai sem cessar!"


No seguimento de Jesus, uma das maiores dificuldades que encontramos, é o fato de não conseguirmos viver uma profunda vida de oração, de intimidade com Deus. Uma das maiores graças que possuímos, nos dada no batismo, é o fato de podermos tratar Deus como Abbá, Pai… Papaizinho!

Por outro lado, infelizmente, trazemos em nós – fruto do pecado original – uma indisposição para adorarmos o Senhor; daí a gente entende o porque de tantas coisas que nos acontecem quando nos propomos, naquele exato momento, a nos colocarmos em adoração.

Num primeiro momento, precisamos – em Jesus – aprender o que significa oração. Jesus, como muitas vezes nos relatam os evangelistas, costumava passar noites e noites em oração; horas e horas em intimidade com o Senhor; Jesus rezava a vida em todos os momentos da vida. Jesus fazia da sua vida uma oração e da oração a sua vida.

Oração significa intimidade entre duas pessoas que se amam. Os santos Padres do Deserto vão nos dizer que, a alma da oração nunca foi e nunca será a fidelidade e nunca será a piedade; fidelidade e piedade serão consequências de uma verdadeira oração. Para eles, a alma, a essência da oração é a verdade. A verdade que se encontra no mais profundo de nós. Nessa perceptiva, conseguimos entender a oração, o que ela é por excelência, no primeiro capítulo do livro de Samuel, quando Ana sobe ao Templo e ali é interpretada como uma bêbada pelo profeta Heli; ela, sem titubear, declara que não está embriagada, mas está derramando a sua alma na presença do Altíssimo. Que espetáculo: oração significa o derramamento da alma na presença do Senhor. Derramar a alma significa retirar as máscaras e nos desnudarmos na presença de Deus, com tudo aquilo que trazemos e estamos vivendo; principalmente nossas misérias e tudo aquilo que não vem de Deus; Aliás, é na oração que mais nos vêm aquelas realidades na nossa imaginação; quantas vezes pensamos estar sendo tentados pelo demônio na nossa oração, pelo fato daquilo que estava vindo ao nosso coração e à nossa mente… Na verdade, não estava vindo do demônio, mas era o próprio Deus que estava trazendo à tona, para que viéssemos a apresentar a Ele, para que ele pudesse curar.

Aquilo que temos de dons, carisma, valores, talentos… tudo veio de Deus e Ele – na nossa oração – não quer conversar conosco acerca disso, que veio dele por graça e misericórdia; Ele quer que venhamos, no máximo, a agradecer e colocar tudo isso a serviço dos irmãos. Mas aquilo que Ele quer falar conosco na nossa oração são aquelas realidades que não vieram dele, o nosso pecado. Ele quer o nosso pecado para transformar e nos curar.

Temos muito medo e dificuldades de rezar, pois nos acostumamos a colocar máscaras diante das pessoas, para que elas não vejam nossa misérias, pois assim não nos aceitariam; a mesma coisa que fazemos diante dos outros – mil e uma máscaras – assim, infelizmente, queremos fazer diante de Deus, achando que Ele não nos acolherá, por causa do nosso pior. Ao contrário, Ele quer o nosso pior.

Precisamos aprender a rezar os nossos sentimentos. Estamos muito acostumados em levar as nossas verdades mais íntimas para o ouvido da vizinha, do “amigão” da cerveja, para o parceiro da droga, para a menina prostituída… e não estamos tendo a coragem de levar para o coração do Pai: que tudo sabe, que tudo perdoa, que tudo e a todos acolhe.

A oração do Pai Nosso é o mais profundo itinerário daquilo que significa a oração; por isso começa com Pai nosso… intimidade entre filho e Pai, entre Pai e filho; corações mergulhados entre si na mais profunda verdade e transparência. Para isso, comecemos a romper com toda e qualquer realidade de mentira e hipocrisia em nosso meio, pois mais inofensiva e pequena que, aparentemente, possa ser.

Por sua vez, oração que não me remete a amar – começando pelo perdão – os meus irmãos, por ser tudo, menos oração no seu mais profundo sentido.

Pe Pacheco,
Comunidade Canção Nova.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Viver pra mim é Cristo!

Música para reflexão:

"E para você, quem sou eu?"

Jesus, sempre com Sua pedagogia espetacular, procurando entrar na nossa para que possamos entrar na d’Ele, resolve – passando por Cesareia de Felipe - fazer uma pergunta que não poderia ter um outro lugar mais propício para fazê-la.

Em Cesareia de Felipe existiam os mais pelos jardins, que contornavam um dos mais belos palácios da região; era exuberante o lugar, onde, vendo toda aquela opulência, não se tinha como não pensar em morar, em ter um lugar daquele para viver. Ao chegar diante deste lugar encantador, Jesus resolve puxar um assunto e perguntar: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda que é Jeremias ou algum dos profetas.” Então Jo Senhor lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro – o único – respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo.”

Impressionante, quando era para falar a respeito daquilo que os outros pensavam, todos deram sua resposta; todos sabiam acerca daquilo que passava na vida dos outros; é sempre assim: nos preocupamos mais com aquilo que passa na vida do outro do que aquilo que deveríamos cuidar e nos envolver . Todavia, quando Cristo lhes pergunta – não mais sobre os outros – mas sobre quem seja Ele, somente um teve a capacidade de responder: Simão Pedro, o qual, depois de uma experiência profunda com o Mestre, responde com clareza: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Aliás, quem cuida da sua vida sempre dará o que há de melhor para ela, ou seja, Deus, a Sua Palavra; quem não cuida da própria vida, consequentemente, sempre estará muito ocupado com a vida do outro; mas nunca para ajudar.

Simão Pedro responde com a alma, com o coração e não com a inteligência somente; só pode dar a resposta após uma experiência feita do amor de Deus. Por que Jesus escolhe aquele cenário? Escolhe para fazer cada discípulo se questionar acerca da motivação que faz com que caminhem nas passadas d’Ele; Jesus nunca prometeu nada para este mundo, mas para a eternidade: a vida eterna junto d’Ele. Aquele cenário questiona os discípulos; eles se perguntam se vale a pena continuar seguindo o Mestre, tendo que deixar tudo, inclusive o desejo de poder, de grandeza, de prazeres que este mundo propõe e oferece. Os discípulos – exceto Simão Pedro – não conseguem responder não por não conhecerem o Mestre, mas porque ainda estavam em dúvida quanto ao seguir Alguém que não lhes garantiria nada em troca para este mundo, mas para o Céu.

A resposta nunca conseguirá ser dada por nós a partir de um conhecimento e até mesmo de um querer puramente humano, mas poderá ser dada por aqueles que querem a Jesus e a Sua consequência: a cruz! Muitos de nós não conseguimos dar a resposta, pois estamos muito ocupados em buscar e querer a cura de Deus e não o Deus da cura; quem busca seguir o Deus da cura, dará a resposta; quem está atrás da cura de Deus – somente -, não conseguirá dar a resposta, pois Deus só se dá àqueles e àquelas que querem amá-Lo e não àqueles e àquelas que querem se amar n’Ele. Este tipo de “amor” é pobre, mesquinho, interesseiro, nojento!

As chaves para que possamos resolver os problemas em nossa vida serão dadas àqueles que resolverem buscar a Deus e Seu projeto de amor, o qual consequentemente passará pela cruz. Sem cruz não há ressurreição! Quem busca seguir Jesus em busca de uma vida regada de conforto, de ter, de prazer, sem nada de sacrifício e luta… este ser humano nunca conseguirá dar uma resposta à sua existência, fazendo-a valer a pena; dando sentido para ela. “Quem quiser vir após mim, tome a sua cruz e siga-me”. Jesus nunca prometeu que não teríamos luta e sofrimento; prometeu a vida eterna àqueles que conseguissem ir até o final.

“E para você: quem sou eu?” É Cristo quem pergunta e exige uma resposta!

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Papa vai canonizar seis novos santos

O Papa Bento XVI vai canonizar seis beatos no dia 17 de outubro. Nesta manhã, Bento XVI realizou um Consistório Ordinário Público para as canonizações. A cerimônia aconteceu na sala no Consistório do Palácio Apostólico Vaticano, durante a celebração da Hora Sexta (parte da Liturgia das Horas que acontece ao meio-dia).

Os futuros santos são:

- o polonês Stanislaw Soltys Kazimierczyk (1433-1489), sacerdote dos Cônegos Regulares Lateranenses;

- o canadense André Alfred Bessette (1845-1937), religioso da Congregação da Santa Cruz;

- a australiana Mary Hellen Mackillop (1842-1909), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs de São José do Sagrado Coração

- a monja italiana Giulia Salzano (1846-1929), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração;

- a monja italiana Battista Camilla da Varano (1458-1524), virgem, da Orden de Santa Clara;

- a espanhola Cândida Maria de Jesus (Juana Josefa) Cipitria y Barriola, virgem, fundadora da Congregação das Filhas de Jesus.

Em seus quase cinco anos de Pontificado, Bento XVI proclamou 28 santos e quase 600 beatos, em sua maioria espanhóis. Até agora, o Papa celebrou sete cerimônias de Canonização, seis no Vaticano e a de Frei Gavão no Brasil, em maio de 2007.

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Convertamo-nos

Um dos fatores que compõem o tripé que sustenta o “corpo quaresmal” chama-se jejum; com essa prática encontram-se a oração e a caridade/esmola.

Muitas vezes, nos perguntamos: onde entra o fator de jejuarmos, ou seja, por que há a necessidade de jejuarmos? No Evangelho de hoje, Jesus – aparentemente – parece não dar muita importância para o jejum, quando os discípulos de João Batista o questionam acerca do não jejuar dos Seus seguidores – os discípulos. O Senhor é taxativo: não tem como jejuar estando o noivo presente; quando o noivo se ausentar, daí sim, jejuarão.

Precisamos entender que Deus não precisa da nossa abstinência, do nosso jejuar; o jejum pelo jejum não possui sentido se ele não vier assumido com outras realidades do motivo de nos propormos a jejuar. Quando jejuamos, o fator decisivo é a nossa autodisciplina; precisamos disciplinar nossos sentidos, nosso corpo, contra os apetites da carne, ou seja, das não vontades do espírito. Há uma luta da carne contra o espírito; o jejum fortalece o espírito para que a vontade de Deus aconteça e prevaleça em nós.

Isaías nos diz, na primeira leitura, que o verdadeiro jejum que agrada a Deus é aquele que nos conduz à mudança de vida; jejuar significa romper com todas aquelas realidade de morte e de escravidão que estão dentro de nós; jejuar é romper com aquelas realidades que fazem com que nós não sejamos canais da graça de Deus na vida das pessoas. Não adianta jejuar se continuamos querendo levar uma vida dupla, medíocre, hipócrita; o verdadeiro jejum é aquele que nos leva a uma mudança de vida. Este, sim, agrada verdadeiramente o Coração de Deus.

Quando jejuamos não nos propomos a passar por um teste de resistência; não temos que provar nada para ninguém! Jejuo porque preciso de conversão, que passa pelo fortalecimento da minha vontade em querer fazer a vontade de Deus em minha vida. Todavia, todo jejum deveria ser acompanhado de uma obra de misericórdia, ou seja, daquilo que me abstenho, proporciono-o para aquele que não tem nada.

O que significa: “Enquanto o noivo está, não se jejua”? Significa que enquanto Jesus está verdadeiramente sendo assumido em nossa vida, o espírito é quem rege a nossa vida; a vontade em nós é a vontade de Deus. Por sua vez, quando vamos nos afastando do Noivo, ou seja, de Jesus, em nossa vida, precisaremos retornar a partir de uma vivência de jejum, oração e caridade. Este é o sentido da Quaresma: tempo de conversão, de retomada, de proximidade com o Senhor para que Ele possa ressuscitar em nós e nós n’Ele.

Para isso, precisamos fazer uma pergunta muito importante – a partir desta Palavra para nós hoje -: Como se encontra o nosso guarda-roupa, por exemplo? Tertuliano – um Santo Padre da Igreja – afirma que aquilo que está em nosso guarda-roupa por mais de um mês sem que o tenhamos utilizado, está faltando no corpo de um necessitado e seremos responsabilizados por isso! O que podemos e vamos fazer para com aqueles mais necessitados, aqueles que mais necessitam? Este é o jejum que agrada a Deus, segundo Isaías: conversão (quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper com todo tipo de sujeição) e obras de misericórdia (alimentar os famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar bons conselhos, educar os ignorantes, ter misericórdia dos pecadores, ter paciência com os que estão no erro, etc…).

A partir disso, para que haja uma comunhão por excelência entre mim (Igreja) e o Noivo (Cristo) só há uma alternativa: conversão (jejum) e ação (caridade/esmola). Caso contrário, há o distanciamento do Noivo. Aliás, Deus nunca se afasta de nós, pois se assim o quisesse, deixaríamos de existir imediatamente e Ele não pode negar-se a si mesmo; por isso nunca se afasta de nós. Na verdade, somos nós que nos afastamos do Altíssimo. Mas Deus, na Sua infinita misericórdia, quer se encontrar conosco neste tempo de conversão e retomada. Convertamo-nos!

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

40 dias de reflexão

Vivemos no mundo, mas sem seguir suas orientações

Em um mundo dessacralizado, distante da prática religiosa, percebe-se a influência dos tempos litúrgicos. Embora deformados, o Natal, a Páscoa e outras festividades têm ressonância no ambiente humano. Ainda que seja débil sua repercussão na consciência dos indivíduos, devem ser utilizadas em favor dos objetivos de evangelização, que é levar aos homens a Mensagem de Cristo.
As semanas que antecedem as comemorações da Morte e Ressurreição do Salvador, denominadas “tempo quaresmal”, nos proporcionam ricos ensinamentos, farta e bela semeadura, capaz de, uma vez aproveitada, produzir abundantes frutos espirituais.
Recordam outra “quaresma”, os quarenta dias de Jesus no deserto, preparando-se para sua missão salvífica. Ensina-nos o evangelista Marcos (1, 12-13): “E logo o Espírito o impeliu para o deserto. E ele esteve no deserto quarenta dias, sendo tentado por Satanás e vivia entre as feras e os anjos o serviam”. E Lucas (4, 1-13) completa a descrição mostrando a vitória de Jesus sobre as tentações. Esse fato é revivido pela Igreja a cada ano e isso ocorre, entre outros motivos, pela sua própria natureza. Diz o Vaticano II em “Lumen Gentium” nº8: “A Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre na necessidade de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação”. Queremos uma Igreja sem mancha nem rugas, embora composta de homens. Isso somente será possível através de uma verdadeira conversão. Exatamente é este o alvo do tempo litúrgico da quaresma.
São seis semanas de preparação para a Páscoa. Ela une profundamente cristãos e judeus. A mesma Sagrada Escritura serve de elemento constitutivo para uns e outros. A diferença é que nós celebramos o que já aconteceu – a vinda do Messias esperado – e vivemos na esperança da vida definitiva no paraíso; os israelitas, na expectativa do Salvador prometido ou o Reino de Deus.

Uma eficaz e condigna celebração da Páscoa se obtém, sobretudo, pela lembrança das exigências do Batismo, a frequência em ouvir a Palavra de Deus, a oração, o jejum e a esmola. A penitência é uma característica desta época. Lamentavelmente, hoje em dia, os cristãos, arrefecidos em sua Fé, esquecem-se desses compromissos.

O Concílio Ecumênico, na Constituição “Sacrosanctum Concilium”, adverte: “A penitência no tempo quaresmal não seja somente interna e individual, mas também externa e social” (nº110). São recomendados também “os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias, como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras caritativas e missionárias)” (Catecismo da Igreja Católica, nº1438).
Esse quadro nos indica o caminho da perfeição, que passa pela Cruz. E lembra o dever da santidade, que, para ser cumprido, exige o esforço. Em consequência, a ascese e a mortificação, fazem parte do plano de Deus a respeito de seus filhos.
O quinto mandamento da Igreja prescreve o jejum e a abstinência. Eles são um meio de dominar os instintos e adquirir a liberdade de coração. Estão presentes também no Código de Direito Canônico (cc 1249 a 1253). O primeiro começa: “Todos os fiéis, cada qual a seu modo, estão obrigados pela lei divina a fazer penitência”. E no seguinte: “Os dias e tempos penitenciais em toda a Igreja são todas as sextas-feiras do ano e o tempo da Quaresma”. No Brasil, a abstinência das sextas-feiras – exceto na Semana Santa – pode ser comutada por “outras formas de penitência, principalmente obras de caridade e exercícios de piedade”.
Este período do ano litúrgico coloca diante de nossos olhos, como imperativo da vida cristã, a conversão – através da penitência. Ora, nós respiramos uma atmosfera visceralmente contrária. Tudo em torno de nós sugere o prazer sem limites, isento de compromisso, um comportamento à margem das exigências oriundas das determinações do Evangelho. Essa maneira de ser penetrou os umbrais sagrados. Assim, pouco se fala do pecado, dos deveres que são substituídos por direitos sem barreiras, de um Cristo despojado de seus ensinamentos, que constrangem a sede ilimitada de liberdade sem peias.
Esta época litúrgica tem muita semelhança com o apelo dos profetas à conversão, e esta, a partir do coração. Tanto é assim que usamos os textos do Antigo Testamento na escuta da Palavra de Deus, dirigida a cada um dos fiéis em nossos dias.
O apelo de Pedro deve repercutir em nossos ouvidos: “Salvai-vos, dizia ele, dessa geração perversa” (Atos 2,40). Vivemos no mundo, mas sem seguir suas orientações. O cristão será sempre alguém que “rema contra a corrente”. Quando encontramos um pregador ou um agente pastoral que teme ensinar a mesma Doutrina de Jesus Cristo ou prefere amenizá-la para não afastar os fiéis, sabemos que não são verdadeiros pastores.
A Quaresma é um tempo propício à reflexão cristã, a uma conversão do coração, a uma prática de penitência, tão distanciada de uma mentalidade moderna à margem do Evangelho, mas que penetrou até nas fileiras dos seguidores de Cristo.
Vivendo os ensinamentos da Igreja neste tempo litúrgico, nos dispomos a receber as graças da Páscoa da Ressurreição.
Dom Eugênio Sales
Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro

Fonte: Site da Arquidiocese do Rio de Janeiro